terça-feira, 10 de junho de 2008

Série: Os reflexos da crise dos EUA em SC (post 5)

Na contramão do problema
Enquanto algumas empresas enfrentam perdas nas vendas e dificuldade de expansão, outras estão na contramão da crise dos Estados Unidos. A WEG, maior fabricante da América Latina de motores continua mantendo o ritmo de crescimento.

A empresa com sede em Jaraguá do Sul, além de manter o nível de exportação para os EUA, vem crescendo sem risco de desaceleração. Luis Fernando Oliveira, gerente de relações com invenstidores da WEG, ressalta que a estratégia da empresa "é a maior diversificação dos mercados". Segundo Oliveira, a empresa não tem nenhuma grande concentração de receita em determinados países ou regiões.

domingo, 8 de junho de 2008

Série: Os reflexos da crise dos EUA em SC (post 4)

A fragilidade da cerâmica
A exemplo do post anterior da série, no qual mostramos os problemas na indústria moveleira com a crise dos Estados Unidos, agora abordaremos os reveses enfrentados pelo setor cerâmico.

Santa Catarina é reponsável por 25% da produção nacional. Segundo Antonio Carlos Kieling (foto), superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer) o setor diminiu em 30% as exportações e a perspectiva de crescimento caiu de 25% para 12% em 2008.

Kieling enfatiza que o tombo não foi maior devido ao aquecimento da demanda interna. "O ramo de construção está crescendo bastante no país e, conseqüentemente, segura as nossas vendas".

O superintendente também destaca que o problema na indústria cerâmica não vem só dos EUA. "A China é o maior produtor (de cerâmica) mundial. O país asiático está crescendo a nível recordes e isso ajuda a agravar, pois prejudica nossas vendas", lamenta.

Foto: Divulgação

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Série: Os reflexos da crise dos EUA em SC (post 3)

Os entraves na indústria moveleira
A crise econômica dos Estados Unidos prejudicou vários setores de exportação, em Santa Catarina. Na indústria moveleira, duas fábricas fecharam as portas, algumas demitiram funcionários e outras paralisaram.

O pólo do setor está no Oeste do Estado. Antoninho Sartori, vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) na região diz que a situação pode ficar ainda pior. Depois do agravamento da crise, em meados de 2007, segundo Sartori, o ramo amargou uma taxa de desemprego em cerca de 20%. Os mais prejudicados são os trabalhadores da linha de frente da produção, maioria sem capacitação. Entretanto, ressalta Sartori, para os qualificdos há vagas de trabalho no setor.

Com o constante derretimento do dólar frente ao Real, as fábricas moveleiras continuarão sofrendo perdas, enfatiza Sartori. Para se manterem, explica, terão que buscar outros mercados, como a Europa e a Ásia.

Clique aqui e ouça a íntegra da entrevista com Antoninho Sartori

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Série: Os reflexos da crise dos EUA em SC (post 2)

Começa, a partir de hoje, a série de reportagem Os Reflexos da Crise dos EUA em SC. Os objetivos dos textos serão mostrar quais foram os setores da economia catarinense mais afetados pela crise norte-americana. Também mostrarão uma empresa que passou (e passa) ilesa pela crise devido à política econômica da instituição.


O problema no país norte-americano apareceu no segundo semestre de 2007, quando estourou a bolha do subprime imobiliário (crédito com alto risco de calote). Bancos internacionais começaram a apresentar cifras bilionárias em perdas e as bolsas subiam e e desciam, diariamente, sob pressão constante.

Os EUA chegaram perto da recessão. E isso afeta diretamente outras economias, entre elas a do Brasil e, consequentemente, a catarinense, pois o país norte-americano é o maior importador de produtos brasileiros.

Segundo o jornalista especializado em economia Euclides Lisbôa (foto) a crise afeta diretamente a exportação catarinense. O jornalista afirma que a situação vivida pelos Estados Unidos faz o dólar perder valor frente ao Real. Isso afeta as vendas externas.
- A primeira conseqüência é a desvalorização do dólar. Assim, a moeda também cai no Brasil e isso diminui a renda, pois o lucro é menor - explica.

Euclides enfatiza que os setores moveleiro e madeireiro sofreram mais o problema dos EUA. Essas áreas já estavam "fragilizadas e sentiram mais a crise".

No próximo post da série, Antoninho Sartori, vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) na região Oeste ressalta como está o setor moveleiro com a crise dos EUA.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Série: Os reflexos da crise dos EUA em SC (post 1)

A partir desta quinta-feira (5) iniciarei a série de reportagens Os reflexos da crise dos EUA em SC. Mas, antes, posto o vídeo abaixo, com o comentário da jornalista Miriam Leitão que ajuda a entender quais são os problemas enfrentados pelo país norte-americano.

sábado, 3 de maio de 2008

Grau de Investimento: Isso é bom ou ruim?

E, finalmente, o Brasil conseguiu chegar ao tão almejado Grau de Investimento. Ou seja, entramos num patamar de país que tem condições de pagar dívidas sem risco de calote. Conseqüentemente, investidores podem colocar dinheiro aqui com menor risco de perdas. Trocando em miúdos, é isso.

Alguns fundos e agências só procuram mercados com esse "selo". Então, a partir de agora, esses também investirão no Brasil, além dos que já se encontram no país. Todo estado capitalista quer isso, pois mostra um fortalecimento da política econômica; Valoriza as empresas nacionais; desenvolve o mercado.

Mas, fica a pergunta: agora, é o melhor momento para receber o Grau de Investimento?

Estamos a meio passo do déficit na balança comercial. E um dos principais motivos é o baixo valor do dólar frente ao real. Com o Brasil na rota mundial dos investimentos seguros, entra mais moeda norte-americana aqui, o que agrava o problema das exportações.

Entretanto, isso (o novo patamar) ecoará na inflação, porque com o dólar despencando, e já deu sinais disso, o mercado interno fica mais competitivo e o aumento dos preços não passa da taxa de meta. O que, futuramente, dá margem para redução dos juros e por aí vai...

Supersimplificando: Como disse Euclides Lisbôa, editor de economia do Diário Catarinense, "economia é assim mesmo, se ganha de um lado e se perde de outro".

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nassif esqueceu dos gastos públicos

Na quarta-feira (23), Luis Nassif palestrou sobre o tema "O Brasil no Mapa da Economia Mundial", na Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis (foto). Apesar do reduzido tempo do evento, as análises difundidas pelo jornalista foram coerentes, e poderam ser compreendidas por aqueles que não acompanham o dia-a-dia da economia. Entre os assuntos discorridos por Nassif, estava a pressão inflacionária que atinge o Brasil (e o mundo), principalmente, nos últimos seis meses.

Porém, talvez por uma tendência petista, conversou pouco sobre o efeito dos gastos públicos nesse aumento de preços. E, quando abordou o assunto, tachou como "chatos" os que enumeram os gastos como um dos fatores da pressão. É nesse ponto que discordo do jornalista mineiro. A política inflacionária brasileira segue metas. Os gastos públicos influenciam, e muito, para ultrapassar essa taxa.

O governo Lula vem elevando as despesas, em média, 15% ao ano. Gastando mais, despeja mais dinheiro e, conseqüentemente, favorece o fortalecimento da inflação de demanda. Claro que isso é, apenas, parte da verdade. Outras diretrizes no mercado nacional e mundial também estão intrínsecos na inflação. Entretanto, o governo deve zelar pelos que têm baixa renda, os mais prejudicados pela disparada nos preços, e cortes (reais) no orçamento ajudaria a amenizar.

Foto: Eduardo Guedes de Oliveira/Alesc

terça-feira, 15 de abril de 2008

Etanol: o novo vilão


O mundo poder ter mais 100 milhões de pobres. E o culpado? O Etanol, segundo o Banco Mundial (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso mesmo, o combustível que o Lula quer transformar em commoditie (produto primário que tem cotação e padrão internacional) , e espera resolver as dores do mundo (emissão de gás carbônico e demanda energética).

O Bird e o FMI alegam que a inflação nos alimentos, 83% desde 2005, é gerada pela expansão da produção do Etanol, principalmente, a dos EUA e da Europa, à base de milho. Por enquanto, a brasileira ainda está na forma "correta" por ter a cana-de-açúcar como matéria-prima. A primeira quase não tem efeitos na redução de emissão do gases do efeito estufa, já a segunda tem uma forte contribuição na diminuição.

Entretanto, o dilema é o seguinte: Produtores estão usando terras para produzir milho (para o Etanol) que antes eram cultivadas na produção de alimentos. Assim, a oferta de subsídios agrícolas no mercado reduz e os preços elevam-se e entram em processo de inflação. Preços maiores, os consumidores com renda baixa começam a ter menos acesso à alimentação e ficam em estágio considerado de pobreza.

Mesmo com o alerta das autoridades financeiras mundiais, esse cenário não mudará. EUA e Europa precisam de uma alternativa energética para reduzir a dependência de petróleo e, até agora, só o Etanol pode fazer isso.


Supersimplificando
: Estão trocando a comida pelo dinheiro.


Foto: Kris (Creative Commons)